Colelitíase, cálculo biliar, pedra na vesícula - independentemente do nome pelo qual se chame esta condição, ela causa uma dor muito forte no lado direito do abdômen e inspira cuidados. E, se não for tratada, pode levar até a obstrução intestinal.
Segundo o cirurgião-geral e do aparelho digestivo João Couto Neto, o tratamento da enfermidade depende essencialmente dos sintomas. "Os cálculos biliares assintomáticos descobertos por acaso durante a realização de outros exames, normalmente, não necessitam de tratamento. É preciso, contudo, manter atenção aos sintomas relacionados aos cálculos e obter conselho médico em relação à situação clínica específica de cada paciente", afirma o médico.
Para os cálculos que causam sintomas, a melhor opção é a remoção cirúrgica da vesícula biliar. Essa operação faz-se habitualmente por via laparoscópica (colecistectomia laparoscópica). "A vesícula não é necessária para viver e a colecistectomia não tem consequências digestivas importantes."
João Couto informa que de todos os pacientes portadores de cálculos biliares, de 15 a 20% apresentarão complicações decorrentes mais graves. Essas podem ser referentes à obstrução da vesícula por cálculos maiores, como a colecistite aguda ou devido à migração dos cálculos biliares pequenos da vesícula para os dutos biliares, gerando a coledocolitíase, a colangite e a pancreatite aguda. Um risco associado à presença de cálculos de vesícula biliar é o desenvolvimento do câncer de vesícula.
Os sinais de alarme que aconselham a ida de imediato ao médico são dor tão intensa que não deixa o doente permanecer quieto; aparecimento de cor amarela nos olhos ou pele (icterícia); urina escura ou fezes claras; febre alta e arrepios. "É fundamental sempre, ao se manifestarem os sintomas, marcar consulta com um médico especialista em vesícula biliar para que o problema não se agrave", sugere o médico João Couto Neto.
Sabe-se que a alimentação é aspecto importante para evitar o problema ou reduzir os sintomas de quem já o tem. Em termos de prevenção é fundamental não saltar refeições, pois o jejum prolongado aumenta o risco de cálculos. Pessoas com litíase vesicular devem ter uma alimentação pobre em gorduras e prestar atenção ao perfil glicêmico, no caso de ser diabético. Numa crise de vesícula, a alimentação ideal deve ser orientada pelo médico.