A professora de alemão Hedvig Wagner explica que a tradução literal de
Wandschoner é "protetor de parede". "Há estudos que explicam o significado dos Wandschoner. Certamente tem a ver com proteger as paredes fechando alguma fresta aberta nas casas de madeira ou cobrindo alguma mancha indesejada. Pode ser também uma forma de proteção da casa e da família, pelos dizeres escolhidos que geralmente eram religiosos, como versículos da Bíblia ou então ditos populares que transmitiam virtudes e valores humanos."
A professora conta que nem sabe a época ao certo em que sua mãe bordou os seus, embora acredite que fosse ainda na época de solteira, no tempo em que as moças tinham o hábito de fazer enxoval. Ela também comenta que bordados em geral eram feitos "de noite, depois das tarefas domésticas, quando chovia e não se podia fazer o trabalho na lavoura ou ainda nos finais de semana". Sobre os materiais, explica que havia vários: "O tipo de tecido era diversificado. Alguns usavam linho, algodão ou panos de sacos bem resistentes, pois naquela época se comprava certos mantimentos como arroz, açúcar, farinha de milho e de trigo em sacos grandes de tecido. Eram usados então para fazer os Wandschoner, ou panos de prato."
Herança cultural
Os Wandschoner são uma tradição que segue sendo cultivada no Vale do Sinos e nas regiões de descendência germânica. Além das peças decorativas que são herança familiar, como as da professora Hedvig Wagner, também há grupos de senhoras que ainda hoje se reúnem para bordar e manter vivo o hábito trazido pelos primeiros imigrantes. Confira vídeo dos jornais do Grupo Sinos sobre uma turma de amigas que cria Wandschoner em https://bit.ly/2OTvUOt.
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