A capa do Diário de Canoas de 17/02 trazia como manchete o fim do limite de alunos por turma nas salas de aula, quando da retomada em formato híbrido. Já na capa do ABC de 20/02, vinha o alerta da bandeira preta.
Com apenas 3 dias de diferença, o governo estadual foi do afrouxamento da limitação de alunos por turma para a total suspensão. Isso é uma amostra de que as instâncias de poderes estão, infelizmente, todos trabalhando na base da tentativa e erro frente ao que se sabe e ao que se ignora sobre o vírus. E, como estamos lidando com vidas, não há muita margem para erro. É preciso agir celeremente.
A economia e a saúde estão se canibalizando, precisamos nos aperceber disso. Não se pode diminuir a movimentação de pessoas sob pena de a economia ruir. Ponto para a economia, e prejuízo para a saúde. A saúde pede distanciamento e menos circulação. Ponto para a saúde, e prejuízo para a economia. E esse delicado equilíbrio vem sendo minado de qualquer jeito, com a economia em profunda instabilidade e colapsando nossos atendimentos em hospitais e postos de saúde.
Ou seja: precisamos urgentemente de ações coordenadas que gerem, no mínimo, um fato novo, seja oferta massiva de vacina, possibilidade de compra de imunizantes pelos setores privados, medidas mais severas contra aglomerações e/ou sistematização de protocolos de cuidados familiares.
Não dá para acreditar que o poder público fará mais do que está fazendo. Não dá para acreditar que nós, como sociedade, vamos colaborar. Precisamos de um fato novo, que ressignifique ações positivas e fé. Se continuar assim, 2020 apenas estará, na data de hoje, indo para seu 15o. mês, e sem a menor perspectiva que termine.